Quando o chantagista também está às escuras
Por vezes, um chantagista pode nem sequer se aperceber do que está a fazer. A jornalista sul-africana Charlene Smith escreveu um livro poderoso sobre a noite em que foi violada em sua própria casa e como não largou as autoridades, no sentido de as obrigar a perseguir o seu atacante. Nessa altura, a África do Sul tinha as piores estatísticas de violação do mundo, com uma mulher a ser violada a cada 26 segundos. A violação era o maior tabu do país, e pouca gente, particularmente as vítimas femininas, tinham a coragem de falar sobre aquilo que estava a ter lugar.
No seu livro, ela fala do efeito terrível que o acontecimento teve sobre ela, de como finalmente emergiu mais forte, e ainda de como se tornou uma referência para tantas outras mulheres que passaram pelo mesmo trauma. Uma mulher que lhe ligou, porém, recebeu uma resposta dura. Esta mulher tinha desistido da Universidade por ter sido violada, tinha pedido ao marido que comprasse uma casa noutra área, e deixou de cuidar dos seus três filhos e do seu lar. Os filhos tratavam de si próprios, a casa ficou negligenciada e o marido estava desfeito de dor e de frustração por se ver incapaz de a ajudar a recuperar. Quando ela contactou Charlene, ficou espantada com a atitude da escritora. Charlene disse-lhe secamente que ela estava a utilizar a chantagem emocional para fazer a família sofrer, do mesmo modo que ela tinha sofrido. «A viciação de Mary na autocomiseração tornou-a escrava dos seus atacantes», escreveu Charlene em Proud of Me. «Ela copiou o comportamento abusivo deles de uma forma diferente. Os seus golpes eram óbvios, os golpes que ela administrou à família eram de longe mais mortais, mas não aparentes a olho nu.»
Nesta posição, é muito melhor para as vítimas de chantagem saírem de casa para procurar ajuda. Neste caso, um amigo em quem a mulher confiava foi abordado no sentido de intervir. Poderia também ter sido contactado um bom conselheiro, psicólogo ou psicoterapeuta. Por vezes, alguém que está para lá da gama emocional do chantagista, e não sobrecarregado pela bagagem emocional, é necessário para ajudar a quebrar o círculo vicioso da autocomiseração e da eventual autodestruição.
Por vezes, um chantagista pode nem sequer se aperceber do que está a fazer. A jornalista sul-africana Charlene Smith escreveu um livro poderoso sobre a noite em que foi violada em sua própria casa e como não largou as autoridades, no sentido de as obrigar a perseguir o seu atacante. Nessa altura, a África do Sul tinha as piores estatísticas de violação do mundo, com uma mulher a ser violada a cada 26 segundos. A violação era o maior tabu do país, e pouca gente, particularmente as vítimas femininas, tinham a coragem de falar sobre aquilo que estava a ter lugar.
No seu livro, ela fala do efeito terrível que o acontecimento teve sobre ela, de como finalmente emergiu mais forte, e ainda de como se tornou uma referência para tantas outras mulheres que passaram pelo mesmo trauma. Uma mulher que lhe ligou, porém, recebeu uma resposta dura. Esta mulher tinha desistido da Universidade por ter sido violada, tinha pedido ao marido que comprasse uma casa noutra área, e deixou de cuidar dos seus três filhos e do seu lar. Os filhos tratavam de si próprios, a casa ficou negligenciada e o marido estava desfeito de dor e de frustração por se ver incapaz de a ajudar a recuperar. Quando ela contactou Charlene, ficou espantada com a atitude da escritora. Charlene disse-lhe secamente que ela estava a utilizar a chantagem emocional para fazer a família sofrer, do mesmo modo que ela tinha sofrido. «A viciação de Mary na autocomiseração tornou-a escrava dos seus atacantes», escreveu Charlene em Proud of Me. «Ela copiou o comportamento abusivo deles de uma forma diferente. Os seus golpes eram óbvios, os golpes que ela administrou à família eram de longe mais mortais, mas não aparentes a olho nu.»
As vítimas podem acabar por transmitir, relutantemente, as consequências daA mulher não estava provavelmente ciente de que estava a chantagear emocionalmente a sua família. Era fácil assumir o papel do chantagista, em particular pelo facto de o seu marido e filhos se sentirem incapazes de protestar ou replicar. Eles estavam oprimidos por sentimentos de culpa, por a violação ter sido eventualmente culpa deles. E se o marido tivesse estado em casa nessa noite? E se os miúdos não tivessem saído? Talvez a violação nunca tivesse tido lugar. O sentimento de culpa é frequentemente a arma mais poderosa do arsenal do chantagista. Pode deixar as suas vítimas paralisadas.
chantagem emocional a outros membros da família e amigos.
Nesta posição, é muito melhor para as vítimas de chantagem saírem de casa para procurar ajuda. Neste caso, um amigo em quem a mulher confiava foi abordado no sentido de intervir. Poderia também ter sido contactado um bom conselheiro, psicólogo ou psicoterapeuta. Por vezes, alguém que está para lá da gama emocional do chantagista, e não sobrecarregado pela bagagem emocional, é necessário para ajudar a quebrar o círculo vicioso da autocomiseração e da eventual autodestruição.
in, "Porque é que os homens mentem e as mulheres choram?", Allan e Barbara Pease
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