Senhora velha roupeira
pois todo Alentejo andou
não me dirá, quanto achou,
que vai de Beja a Ferreira:
porque outra velha embusteira,
com profia, e com inveja,
não quer que uma légua seja,
e por palmos de carádiz, que só um palmo achará
quem sai a mijar de Beja.
Isto a velha quer, que seja,
e do seu querer colijo,que vai a beber do mijo,
quem sai a mijar de Beja:
porém quem saber deseja
a conclusão verdadeira,
deste caminho, ou carreira,
pelos passos do pismão
quer saber, que passos vão
por fora da Vidigueira.
Porque parvoíce fora
não ver entre boca, e centro,
que uma cousa é mijar dentro
outra cousa andar por fora:
e assim vós, minha Senhora
velha, que nesta carreira
já sois useira, e vezeira
desmenti da velha a inveja,
pois diz, que quem sai de Beja,
dá co piçalho em Ferreira.
Dados de edição indisponíveis[iniciar]Poema agrupado posteriormente e publicado em Crônica do Viver Baiano Seiscentista — Os Homens Bons — Homens de Bem
2 comentários:
Isto lido em voz alta sai ainda melhor! ihih
pois sai ....porque é uma cantilena!
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